O Ricardo Riscas é um vizinho de Espinho que tem uma marca que se chama Lucky Stripes, que desenvolve e cria guitarras a partir de materiais reutilizados, principalmente caixas de charutos. Fabricando assim um tipo de guitarra apelidado de Cigar Box Guitar. A Lucky Stripes desenvolveu uma guitarra utilizando uma caixa de vinho e deicidiu oferecê-la ao músico Seasick Steve, que atuou este ano no Festival Paredes de Coura. O músico Seasick Steve é conhecido por desenvolver as suas próprias guitarras, através de processos semelhantes à Lucky Stripes. Apesar de a notícia não o dizer, o Ricardo Riscas conseguiu mesmo entregar a sua Lucky Stripes ao Seasick Steve.
Esta notícia chamou-me bastante à atenção, em primeiro por ser uma excelente ideia de negócio, depois porque gosto muito do conceito de reutilização e por último porque há pouco tempo vi o documentário It Might Get Loud, que começa precisamente com o Jack White a fazer uma guitarra eléctrica em poucos minutos, tal como podem ver neste video:
Ao escrever este texto lembrei-me também que já acerca de um ano atrás tinha visto um video sobre uma Orquestra de miúdos, que vivem num bairro/favela e que fazem os seus próprios instrumentos clássicos, através de materiais que vão recolhendo nas ruas e no lixo. Podem ver aqui o video que conta melhor a história desta Orquestra e podem ver os instrumentos que eles criam:
O conceito de reutilizar materiais para desenvolver instrumentos musicais é realmente uma excelente ideia e uma forma de fazer chegar a música a muitas mais pessoas. Com o avanço da tecnologia e da simplicidade de criar música utilizando ferramentas digitais, fazem-nos esquecer que a música pode ser feita através dos mais simples objetos com que nos deparamos todos os dias. Esta é uma forma simples de resolução de vários problemas sociais, que se baseou não no desenvolvimento de uma ideia e conceito altamente inovador, mas sim num regresso às origens. Não precisamos de estar sempre a criar novas soluções para os problemas, muitas vezes estas já existem mas nós é que não as queremos ver.