Estes dias estava a pensar no que tem estado mais em voga na
música rock e comecei a questionar-me relativamente a vocalistas do sexo
feminino. O que é feito delas? Será o Rock um mundo de Homens? Será que
deixaram de dar oportunidade a bandas que tenha mulheres como vocalistas? Ou será
que as senhoras deixaram de querer estar tão ligadas ao rock?
Houve tempos em que vocalistas como Janis Joplin, Joan Jett,
Debbie Harry (Blondie), Courtney Love (Hole), PJ Harvey, Skin (Skunkie
Anansie), Gwen Stefani (No Doubt) ou Sandra Nasic (Guano Apes) enriqueceram o
Rock internacional, tendo uma forte presença e uma enorme influência na música
que era ouvida e feita em cada um dos seus espaços temporais. Apesar das
vocalistas femininas não serem o mais comum no rock, existiu sempre um espaço
de destaca para estas senhoras e para as suas bandas.
Esta análise iniciou-se pela minha curiosidade em tentar
perceber que mulheres se encontravam neste momento a fazer rock e infelizmente
não consegui encontrar grandes nomes a fazer aquele rock que nos encontrávamos
habituados a ouvir. Aqui surge talvez o meu problema em encontrar estas
senhoras, não estou a procurar no sítio certo. Nos últimos anos surgiram
bastantes bandas que fundem o rock com a eletrónica, tentando fazer melodias bastante
harmoniosos, influenciadas pelo Indie Rock e o Rock Alternativo.
Sim, hoje dificilmente se encontram mulheres como a Sandra
Nasic, pois as mulheres não me parecem estar tão inclinadas para este rock que
estávamos habituados a ouvir nos anos 80 e 90. Mas claro que se nos descolarmos
um pouco deste rock mais tradicional, encontramos um movimento musical que teve
como um dos principais impulsionadores os The XX, que contam com dois
vocalistas (Romy Madley Croft e Oliver Sim), a par deles tivemos também a
ascensão da Florence Welch (Florence + The Machine). Este estilo de música
consegue dar uso das particularidades generalistas das vozes femininas, sendo o
seu reflexo o surgimento de muitas bandas encabeçadas por cantoras. Através
desta pesquisa acabei por ficar a conhecer a Elena Tonra (Daughter), a Channy Leaneagh (Poliça), Sóley, Grimes,
Hannah Reid (London Grammar), Nini Fabi (HAERTS), Eleanor Friedberger, Giselle Rosselli, entre
muitas outras.
A par deste fenómeno internacional, dentro de portas se
torna um pouco notório este fenómeno. No entanto temos estilos musicais, como é
o caso do fado, que têm sido reveladores de grandes vozes femininas como é o
caso da Ana Moura. Já direcionando novamente ao Rock nunca tivemos grandes
vozes femininas em destaque. Talvez as que tiveram maior presença foram talvez
as de Manuela Azevedo (Clã) e a Sónia Tavares (The Gift). Recentemente, tivemos
as Anarchicks com seu punk-rock e no pop-rock português temos assistido a novas
cantoras como Rita Red Shoes, Márcia ou Luísa Sobral.
Elas andem aí. O rock que eu aqui me refiro mais tradicional
é que talvez já não está tão na moda, daí não se ver um destaque tão grande de
novas bandas, muito menos lideradas por mulheres. O campo do Indie Rock,
acrescido de umas pitadas de alternativo e eletrónica tem sido alvo de
influência para a criação de música de muitas mulheres. Apesar que cá no nosso
país parece que as editoras estão com muito medo de apostar neste estilo, que
apesar de não ser o meu predileto, tem angariado fãs por todo o mundo.
Comemorando também o Dia Mundial da Rádio, escolhemos para hoje o video das "afilhadas" do radialista Nuno Calado, um dos fortes impulsionadores e divulgadores de boa música, destacando-se com o seu programa "Indiegente" na Antena 3.
Ficamos então com as Anarchicks e o seu último single Smashed:
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